Gente do Rio: Jonio, da capoeira e do Jongo
Publicado em: 15-05-2024As gingas de um bom capoeira passam por muitos universos e esses mundos se encontram em uma ou várias rodas. O advogado Jonio Oliveira, capoeirista, do Jongo e de muitas outras atuações na cultura popular, é mais um Gente do Rio, a série de matérias do DIÁRIO que mostra pessoas com atuações importantes em nossa cidade e estado.
No dia 27 de abril de 2019, Jonio criou a Roda Independente da Candelária. A ideia era utilizar para encontros mensais de capoeiristas o espaço da Pira Olímpica, ao lado do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), reformado para as Olimpíadas e até então sem muito uso.
Roda da Candelária. Foto: Reprodução
“Para além de tudo, a nossa ideia é ressinificar um local como a Candelária, que teve uma chacina, foi local de chegada de navios negreiros e onde a primeira pessoa foi presa por ser capoeirista no Brasil”, disse Jonio.
Atualmente, a roda que comemorou cinco anos há poucos dias, é bastante movimentada, com capoeiras e capoeiristas de muitos lugares diferentes. Mas nem sempre foi assim.
“Nas primeiras, só o Buda, que participou do último Big Brother ia. Depois, outros amigos passaram a ir. Mas já teve vezes que eu fui sozinho. Nem o Buda foi“, lembra Jonio, sorrindo.
A proposta central do encontro é promover uma boa convivência entre os praticantes da capoeira. “A filosofia da roda é integrar. Esquecer vaidades, nomes, se é mestre ou não é e todo mundo participar igualmente”.
São apenas quatro regras na Roda Independente da Candelária: não matar; não morrer; não lesionar ninguém e obedecer ao berimbau. “Parecem coisas óbvias, mas é sempre bom reforçar para que não aconteçam problemas como aconteciam em rodas de rua no passado, principalmente nos anos 1990“.
Pai de duas crianças e casado com a escritora Luana Rodrigues, Jonio também é do Jongo. Ano passado, passou a ser membro do Jongo da Lapa. Mas ele já participava dessa roda, como brincante, desde 2011.
A roda acontece uma vez por mês, em uma quinta-feira, bem embaixo dos Arcos da Lapa.
“O jongo entra para mim por conta da capoeira, assim como o samba de roda, o coco, o samba de caboclo. Tudo vai partindo da capoeira e se expandindo“, finaliza.