História do bairro da Glória, ‘origem dos cariocas’
Publicado em: 06-01-2021Durante o século XVI, em uma expedição francesa no Brasil, o escritor Jean de Léry relatou que existia uma aldeia tupinambá no sopé do atual Outeiro da Glória. A aldeia, que utilizava as águas do Rio do Catete, se chamava Kariók ou Karióg (“casa de carijó”) que deu origem ao termo “carioca”.
Assim como aconteceu no vizinho Catete, muitos conflitos entre portugueses e franceses e tribos indígenas aliadas aconteceram na região onde hoje fica o bairro da Glória.
“Em 20 de janeiro de 1567, em uma dessas batalhas, Estácio de Sá, líder português que fundou a cidade do Rio de Janeiro, foi ferido e acabou morrendo”, conta o historiador Maurício Santos.
O nome do bairro se deu por conta da Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, construída no século XVIII. Em torno do templo religioso, o bairro se formou e consolidou-se.
A Igreja, inclusive, se tornou um dos locais mais queridos da família real portuguesa no Brasil. Dom João VI sempre assistia missas no local e Dom Pedro I batizou seus filhos lá. Tradição mantida até hoje em dia pela família imperial brasileira.
No final do século XIX e durante o século XX, o bairro da Glória viveu momentos marcantes. Foi considerada uma das regiões mais nobres da cidade, devido à proximidade com o Catete e suas sedes do governo e os hotéis e prédios históricos existentes na Glória.
“O bairro da Glória chegou a ser a região com mais embaixadas na cidade do Rio de Janeiro”, destaca Maurício Santos.
A arquitetura do bairro, no geral, é bastante influenciada pela francesa. Não à toa é por lá que fica a Praça Paris.
Importante também para a literatura nacional. Lima Barreto, escritor brasileiro, foi batizado na Igreja de Nossa Senhora da Glória e Machado de Assis ambientou alguns de seus livros no bairro.
Atualmente, com a mesma importância de sempre, o bairro da Glória segue inspirando poesia e história.