O Chafariz da Praça Mahatma Gandhi, no Centro da capital, construído por Louis Sauvageau, em Viena (Áustria); e fundido em Val d’Oise, em Paris(França); no século XIX, está completamente abandonado pelo poder público do Rio de Janeiro. O monumento, que é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), apresenta vários sinais de depredação, conforme pode ser visto em um vídeo publicado por Marconi Andrade na página do Grupo SOS Patrimônio.

As estátuas do chafariz foram as vítimas preferenciais dos depredadores. Umas delas teve mão amputada e nariz quebrado. Outra recebeu uma pichação no peito e perdeu uma das mãos. Os querubins não foram poupados tendo asas quebradas e arrancadas.

Os degraus de acesso ao espelho d´água, por sua vez apresentam afundamentos em várias partes, com clara perda de firmeza para quem queira se aproximar, sem sofrer acidentes. Já a parte interna do equipamento apresenta uma grande rachadura e queda de reboco.

O mais chocante no que diz respeito ao espelho d´água, que está vazio, é a quantidade de fezes encontradas. Transeuntes e moradores de rua simplesmente transformaram o monumento em uma latrina a céu aberto. Segundo Marconi Andrade, o cheiro no chafariz é insuportável, inviabilizando qualquer tentativa de aproximação.

Por sorte ou azar, Andrade flagrou um homem – que não parecia ser morador de rua – que havia acabado de evacuar dentro do chafariz. Ação é indicativa de que o local já é reconhecido como banheiro público por quem circula pela Cinelândia. A quantidade de lixo dentro da construção também chama atenção. Nas imagens podemos ver que o local não passa por manutenção e limpeza há muito tempo.

Quando D. Pedro II adquiriu o monumento jamais poderia imaginar que a obra passaria a ser alvo de escárnio e desprezo por parte da população e dos governos constituídos. Existem no mundo mais dois exemplares idênticos ao carioca: um no Jardim Inglês, em Genebra, Suíça; e outro em Troyes, na França. Certamente, nenhum dos dois foi transformado em latrina ou caçamba de lixo.

O desconhecimento da História não justifica a depreciação de um patrimônio que pertence a toda a sociedade.

Crédito: Marconi Andrade / SOS Patrimônio

Com informações do site ipatrimônio