A mundialmente conhecida orla da cidade do Rio de Janeiro vai muito além da Zona Sul, da Barra e do Recreio. Outras partes da Zona Oeste, Zona Norte e também do Centro têm ou tiveram suas faixas de areia e mar. Infelizmente, divido à histórica negligência do Poder Público, muitas dessas praias ou estão impróprias para o banho ou deixaram de existir. A história que contaremos agora é de uma que foi aterrada para a construção da Avenida Brasil.

Ficar parado no trânsito da Avenida Brasil, muitas vezes, é sinônimo de calor e estresse. Mas nem sempre foi assim. Na região onde hoje passam carros e mais carros já tivemos sombra e água fresca. Apraia de Maria Angu ficava lá e abrangia toda a faixa desde a altura da Avenida Lobo Júnior na Penha Circular até Ramos.

Contudo, existem discussões sobre a localização precisa da praia. Algumas pessoas dizem que ficava na atual Rua Gruçaí, na Penha. Há também quem afirme que era na altura da atual Pirangi,em Olaria.

Um fato é que a praia de Maria Angu tinha um porto. Através dele escoavam os produtos agrícolas vindos das freguesias de Irajá, Inhaúma e até de Campo Grande. Romeiros que vinham para a Festa da Penha, na famosa igreja, também faziam uso desse porto. (Continua abaixo)

De acordo com o historiador Brasil Gerson, o nome da praia é devido a uma mulher negra, de nome Maria, que vendia especialidades caseiras na região. Existe também a versão de que o batismo deriva de um pássaro com o mesmo nome.

O livro “Orla Carioca – História e Cultura”, de Claudia Braga Gaspar, mostra que a praia foi aterrada para a construção da Avenida Brasil (inaugurada em 1946) e em um dos seus trechos surgiu a Praia de Ramos.

A orla do Rio além da Zona Sul, Barra e Recreio é repleta de boas histórias. Em breve contaremos outras por aqui. É sempre um bom mergulho explorar o passado de regiões da cidade que tendem a ter suas memórias apagadas por uma série de motivos.